Artigos / ​Alécio Colione Júnior

02/02/2022 - 16:31

Sequestros de Instagram, clonagem de Whatsapp, o que fazer?

Todos os dias vemos várias notícias de pessoas vitimadas pela clonagem de suas redes sociais, e aplicativos de comunicação. Quem nunca foi comunicado por um familiar, amigo ou seguidor sobre o sequestro de suas contas no Instagram, Facebook ou Whatsapp? Esses casos estão cada dia mais comuns em nossa sociedade digital.

A clonagem pode ocorrer por vários meios, em especial: a) phising (que nada mais é do que o envio de e-mails ou links com aparência de fontes confiáveis); b) vhising (é o uso do telefone e contatos se passando por empresas ou pessoas); c) SMiShing (envio de mensagens com links ou armadilhas); d) roubo de identidade (passar-se pelo titular com o fim de obter dados pessoais e/ou sensíveis); e) obtenção dos dados em fontes abertas ou em databrokers. As duas primeiras são mais utilizadas em fraudes bancárias, como o Professor Alexandre Morais da Rosa já citou em artigo publicado no conjur (link: https://www.conjur.com.br/2021-dez-31/limite-penal-responsabilidade-sequestro-contas-instagram-meio-swimsap).

Ocorre que em tais sequestros ocorridos, devemos tomar cuidado com vários fatores, primeiramente para evitar tais situações, e em segundo momento para recuperar as contas. Várias dicas são indicadas para evitarmos tais crimes, tais como: criar senhas complexas, não usar a mesma senha para todas as redes sociais, utilizar autenticação em dois fatores, cuidado com cadastro em sites não confiáveis ou clicar em links estranhos recebidos via e-mail, evitar baixar aplicativos sem o devido conhecimento destes, e o essencial, troque suas senhas com frequência.

Claro que isso não impede em 100% dos casos os ataques, mas auxiliam a evitá-los na grande maioria das vezes.

Além disso, esses “estelionatários” usam técnicas de manipulação psicológica de uma pessoa específica, a fazendo acreditar em uma informação e com isso induzi-la a fazer algo que normalmente e sem aquela influência não faria. Esses “estelionatários” se utilizam de técnicas para pessoas ou situações específicas, o que facilita o golpe, estas pessoas buscam sempre vítimas com qualidades ou em situações que o golpe se torna facilitado.

Você que foi vítima destes golpes, a primeira coisa a se fazer é não ter vergonha, saiba que não é uma qualidade negativa sua, mas uma habilidade específica do “estelionatário” que identificou em você alguma fragilidade específica e se aproveitou disso, por isso, denuncie.

Primeiro, faça os devidos prints ou peça ao tabelião que proceda a uma ata notarial das fotos e conversas, mas lembre-se que a melhor solução ainda nos parece ser a obtenção dos metadados das mensagens e atos cometidos pela pessoa (esses tem um valor probatório maior em eventual processo criminal ou mesmo indenizatório).

Além disso, recupere suas contas, troque seus e-mails e senhas e avise aos conhecidos, visando-se evitar males maiores a essas pessoas.

É preciso muito cuidado, em tempos de pandemia esses ataques se intensificaram, e o consumidor/vítima deve estar atenta e vigilante as vulnerabilidades das redes sociais, sendo interessante ainda a migração de todo e qualquer serviço que tenha como autenticador a mensagem SMS para "aplicativos autenticadores", que irão amenizar os riscos de ataque.

Sempre é bom lembrar que esses atos podem gerar direito a indenização pelos danos sofridos, além de responsabilização criminal das pessoas que cometem os atos, denuncie sempre.
​Alécio Colione Júnior

por ​Alécio Colione Júnior

Advogado, professor universitário do curso de Direito na Estácio-Fapan e UNEMAT, especialista em direito penal e previdenciário.
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