Imprimir

Imprimir Artigo

24/01/2022 - 08:55

Fraternidade e Educação: Fala com sabedoria, ensina com amor

Educar é um ato eminentemente humano. Somos renovados quando aprendemos mais a respeito da vida e seu sentido. Quando acessamos novos conhecimentos descobrimos que, em nós, existe uma profunda sede de aprender e ensinar. Em fins, aprender e ensinar compõem o nosso modo de viver humano.

A Igreja Católica no Brasil, atenta às novas realidades que nos circundam, neste novo milênio, propõe, para este ano de 2022, a Campanha da Fraternidade cujo tema é: “Fraternidade e Educação” e, tendo como lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor”.

Se olhamos com atenção ao nosso entorno, percebemos que tantas coisas nos têm acontecido nos últimos tempos: processos de luta e de luto, de desmoronamento familiar e social, de enfrentamentos religiosos e políticos, de pressões externas e cobranças internas, de superexposição midiática e, mais recentemente, uma pandemia desconcertante que nos atinge em todos os níveis vivenciais. Em contextos assim, não basta imaginar que o próprio caminhar da sociedade será suficiente para equilibrar as relações humanas.

No que concerne à educação juvenil, também não é suficiente oferecer um pacote de informações visando habilitar nossos jovens ao acesso universitário. Juntamente com uma valiosa informação há que formar a nova geração para uma maneira adequada de viver; isto se chama educação integral.

Corre-se o risco de ter uma geração altamente informada, mas com poucos valores, tais como, caráter, dignidade, respeito pelo diferente, pelas coisas alheias ou a “res pública”, etc. Destarte, o conhecimento, de per si, não é suficiente para o equilíbrio de uma sociedade. Já asseverava o pensador Goette que todo conhecimento ou ideia, por mais valiosos que sejam, se não levados à prática, morrem no nascedouro.

O Papa Francisco assegura que “a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não se preocupar também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza” (Encíclica ‘Laudato Sì’, 2015).

Assim, é necessário pensar em uma educação a partir das novas realidades do ser humano hodierno, para o contexto atual, considerando os aspectos mais relevantes e que estão em constante transformação. Daí decorre a importância deste tema proposto pela Igreja Católica para este ano de 2022 no Brasil.

Não podemos desconsiderar a importância da Educação, porém, uma educação que contemple, além do conhecimento, a preparação para o diálogo, para as relações interpessoais, para o compromisso socioambiental e a redescoberta das motivações mais profundas ao próprio ato de educar uma geração.

Oxalá, este tema nos leve a alargar o horizonte da educação, entendida, não apenas como um ato escolar, como transmissão de conteúdos para a vida profissional. Estes são, sem dúvidas, aspectos importantes, porém, não únicos e nem suficientes. Há que se perguntar também, sobre os motivos, a abrangência e as metas do próprio processo educativo. Se o barco da educação desconsidera este “porto seguro”, estará sempre à mercê dos vendavais e tempestades circunstanciais. Ou cuidamos do broto ou seremos privados de frutos de qualidade, tanto no presente quanto no futuro. Portanto, falemos com sabedoria, ensinemos com amor!
Imprimir