Jornal Oeste

O vereador por Pontes e Lacerda (a 444 km de Cuiabá), Carlos Henrique Ferreira Alencar, o Carlinhos (União Brasil), usou a tribuna da Câmara durante sessão ordinária da última segunda-feira (15) para debater sobre a intervenção da Sociedade Lacerdense de Beneficência (Solben) no Hospital do Vale do Guaporé (Santa Casa).

Durante a sua fala, o parlamentar ofendeu a promotora de Justiça Mariana Batizoco Silva Alcântara, acusando-a de falar "um monte de m.". "Hoje, eu vim com vontade de falar um monte de coisa e vou pensar, porque, depois que eu ouvi a promotora de Justiça falar um monte de m. na sala de reunião do hospital, isso aqui eu falo abertamente, ela falou um monte de m.", disse o vereador.

A declaração causou polêmica na cidade e também na Associação Mato-Grossense do Ministério Público, que emitiu uma nota de repúdio sobre as ofensas contra a promotora.  

“É preciso destacar que a defesa da saúde pública, assim como a de qualquer outro interesse público, sobretudo no contexto do possível arrefecimento dos debates que se avizinham ao pleito eleitoral, requer sensatez, serenidade e equilíbrio, a fim de que as reuniões públicas possam de fato contribuir para a solução dos problemas e também para prevenir o risco de que esses espaços possam se transformar em exercício de propaganda eleitoral antecipada e da demagogia”, diz trecho da nota.

A entidade ainda ressalta que a promotora atua há cerca de 9 anos sempre "no lídimo exercício de suas atribuições constitucionais e legais de forma técnica, responsável, equilibrada, apartidária e impessoal", além de possuir histórico funcional de valorosos trabalhos desempenhados em favor da sociedade mato-grossense. “Por essas razões, a Associação Mato-Grossense do Ministério Público repudia as ofensas verbais injustas e desrespeitosas dirigidas por quem deveria preservar o decoro necessário ao exercício do mandato parlamentar e expressa a sua confiança e apoio à associada Mariana Batizoco Silva Alcântara, detentora de nossa admiração e respeito”, finaliza o documento.

Na rede social, o vereador se justificou afirmando que apenas quis dizer que a promotora falou "coisas sem noção, sem motivos, besteiras e asneiras". O parlamentar também disse que qualquer interpretação além disso é "pura maldade".